Larga maioria dos clientes de auditoria acha que o mercado precisa de ser reformado, conclui estudo

Um estudo da consultora Mazars junto de 500 clientes de auditoria revela uma vontade dos mesmos de que as firmas diversifiquem a sua gama de serviços e uma preferência pela auditoria conjunta, que permite aumentar a qualidade do trabalho produzido.

Uma larga maioria dos clientes de auditoria é favorável a uma reforma do mercado, de acordo com um estudo da consultora Mazars sobre o sector em 2020. Com 93% dos utilizadores do serviço a afirmar que o mercado precisa de ser reformado, a consultora aponta ainda a preferência de porções semelhantes dos inquiridos por serviços altamente tecnológicos e por auditorias conjuntas.

Os resultados do estudo ‘O futuro da auditoria: visão de mercado – mitos, realidades e caminhos a seguir’ indicam 87% dos mais de 500 utilizadores de serviços de auditoria consultados com uma preferência por auditorias conjuntas, com 88% das empresas com experiência nesta modalidade a reportarem preferi-la. O estudo incluiu decisores em 12 países.

Para Luís Gaspar, managing partner da firma em Portugal, os resultados “confirmam a nossa perceção que uma maioria significativa das empresas no mercado são favoráveis à auditoria conjunta”.

“Acreditamos que este mecanismo encerra o potencial de aumentar a qualidade do trabalho produzido, reforçando o ceticismo profissional e a capacidade de questionar, contribuindo para criar um mercado mais concorrencial e potenciando o desenvolvimento de competências”, acrescenta.

O estudo reforçou também a noção de que o sector vê na tecnologia ganhos de eficiência de vários níveis, com 93% dos inquiridos a afirmarem que esta permite poupar tempo e 92% a reconhecerem o impacto positivo na análise de dados.

Adicionalmente, o relatório da Mazars menciona 96% dos clientes de auditoria a incentivarem os fornecedores a alargarem a sua gama de serviços, incluindo a extensão para áreas de relatório não financeiro, como “risco climático, diversidade de género e direitos humanos”, uma opção que recolheu o apoio de 87% dos inquiridos.

“Existem claras conceções erradas sobre a missão dos auditores, que sublinham a necessidade de um diálogo mais transparente sobre o âmbito da auditoria”, refere David Herbinet, Partner e líder global de Auditoria da Mazars.

“Na verdade, a deteção e investigação de fraudes requerem um âmbito de trabalho e meios específicos – como aqueles usados em atividades forenses – mais do que o que uma auditoria é atualmente solicitada a entregar”, acrescenta, ilustrando a importância de estudos como este, que conferem “a visão do mercado de auditoria hoje e permitem que todos nós exploremos o que precisa ser mudado”.