Recuperação económica gera otimismo para a continuação do crescimento

Os agentes do mercado acreditam que a evolução dos processos de vacinação contra a Covid-19 e o robustecimento dos processos de recuperação económica auguram tempos positivos, mas não se esquecem de que a pandemia ainda é um risco.

1. QUE EXPECTATIVAS TEM PARA A EVOLUÇÃO DA ECONOMIA E DO MERCADO NESTE ANO E NO PRÓXIMO?

A pandemia e o esforço de a travar conduziram a uma elevada paralisação da atividade económica e social, com efeitos de extrema adversidade e enorme impacto nos indicadores económicos e sociais. Ainda que se registem previsões animadoras, inclusive no aumento do investimento, é, todavia, prematuro assumirmos como garantida a retoma económica no curto-prazo. A política económica em Portugal procura resolver a crise, mas o país atravessa uma situação difícil, nomeadamente pelo seu nível de endividamento. Podemos assumir que a recuperação económica em Portugal está e estará necessariamente associada à resposta robusta programada pela União Europeia para fazer face à presente crise. A instanciação em Portugal do Plano de Recuperação e Resiliência assume inexoravelmente uma enorme importância. A boa gestão destes fundos é obrigatória e pressupõe uma enorme responsabilidade dos intervenientes na sua governação. É fundamental garantir uma execução efetiva, em tempo útil, e direcionada para investimentos verdadeiramente estratégicos para o país. A estratégia de recuperação, alinhada com a política europeia, deverá observar necessariamente o caminho da sustentabilidade ambiental, energética, digital, do combate às assimetrias e da promoção da educação e da saúde da população portuguesa.

2. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS RISCOS E OPORTUNIDADES NO DESENVOLVIMENTO DO MERCADO DA ASSESSORIA FINANCEIRA EM PORTUGAL?

Neste contexto de mudança, é manifesta a intensificação da necessidade das empresas no que diz respeito a apoio no domínio financeiro. O apoio no acesso a fundos e financiamento, bem como no âmbito de transações, fusões, aquisições, ou outras situações, configuram oportunidades para a atividade e para os prestadores de serviços de assessoria financeira. Os principais riscos consistem na eventual incapacidade das empresas em se adaptarem à evolução das necessidades dos seus clientes e de adotarem novas competências, métodos e ferramentas. Outros desafios resultam do reforço de responsabilidades atribuídas em matéria de contribuição para a transparência e sustentabilidade dos mercados.

RUI LAVADO Head of Consulting da Mazars em Portugal

InJornal Económico

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