Reestruturação empresarial: sobreviver numa economia de mercado

1. Quando é que deve ser feita a reestruturação de uma empresa ?
2. Quais os fatores para ter sucesso?
3. Que erros devem evitar?

Quando é que deve ser feita a reestruturação de uma empresa? 

Por norma as reestruturações são feitas quando, de forma reiterada, se começam a identificar sinais desfavoráveis em alguns parâmetros, designadamente decréscimo da faturação, redução do volume de encomendas, perda de clientes estruturais, diminuição dos níveis de rentabilidade, falta de liquidez, dificuldades no cumprimento do serviço de dívida, adiamento das decisões de investimento, entre outros. 
 
A contínua apreciação das causas que concorrem para a performance menos favorável, permitirá ao Management, no âmbito do seu exercício prospetivo, antever se as causas são sanáveis com um plano de ação com medidas corretivas pontuais, ou se a emergência da situação obriga a evoluir para um cenário de reestruturação (com medidas estruturais de cariz económico e financeiro). 

Os processos de reestruturação requerem tempo para colocar em prática as medidas delineadas e para interagir com os diferentes stakeholders da organização, pelo que a brevidade na tomada de decisão é crucial. 
 

Quais os fatores para ter sucesso? 

O foco e a ampla partilha do objetivo comum são fatores críticos para o sucesso das reestruturações. As medidas de turnaround apontadas numa reestruturação devem ser devidamente equacionadas e contrastadas com o envolvimento de equipas multidisciplinares. Por outro lado, convirá realçar que para monitorizar a implementação das medidas, os KPI’s e os impactos da reestruturação, os sistemas de informação das empresas deverão estar adequadamente dimensionados. 

Quando o processo está em marcha é preciso “caminhar” convictamente (walk the talk). Alterações constantes nas medidas, falta de envolvimento dos stakeholders, comportamentos e mensagens errantes, adoção pelo management de práticas contrárias às veiculadas para a generalidade da organização, emotividade na decisão e não decisão, são sem dúvida erros crassos a evitar. 

Celso Fernandes, Senior Manager na Mazars 

Publicado no Jornal Económico em 21-07-2019 

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Reestruturação empresarial: sobreviver numa economia de mercado