Compromisso com a sustentabilidade é fundamental.

A adoção de práticas de gestão responsável não só fortalece a reputação e a imagem da marca das empresas, mas também as diferencia competitivamente.

O envolvimento ativo e o compromisso com a sustentabilidade podem criar relações mais sólidas e duradouras e contribuir para o sucesso a longo prazo e a resiliência dos negócios num mundo em constante mudança. É essa a convicção de Maria
João Marques, head of sustainability services da Mazars, uma das principais firmas de auditoria, fiscalidade e consultoria em Portugal. Para esta responsável, “uma abordagem proativa à gestão ambiental, social e ética não só ajuda a mitigar riscos legais, regulatórios e de reputação, mas também fortalece as relações com clientes, fornecedores e comunidades locais”.

A proposta Net-Zero Industry Act, da União Europeia, visa que a capacidade global estratégica europeia de produção de tecnologias verdes atinja pelo menos 40% das necessidades da União Europeia (UE) até 2030. Isso é possível? O que deverá ser feito para que isso aconteça?

Alcançar a meta de 40% das necessidades da UE por meio de tecnologias verdes é um desafio ambicioso, mas possível com o compromisso adequado e a implementação de várias medidas. 

O investimento em investigação e desenvolvimento (I&D) é crucial para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de tecnologias verdes em sectores industriais-chave, como energias renováveis, eficiência energética, captura e armazenamento de carbono, mobilidade elétrica e processos industriais sustentáveis. Incentivos financeiros, como subsídios, créditos fiscais e investimentos diretos, podem estimular as empresas a adotarem tecnologias verdes e a tornarem as suas operações mais sustentáveis. Regulamentações e normas ambientais mais rigorosas e eficazes são essenciais para incentivar a redução das emissões de carbono e promover a adoção de tecnologias limpas. A colaboração entre o sector público e privado através de parcerias entre governos, empresas e instituições académicas é fundamental para compartilhar conhecimento, recursos e experiências. A educação e a conscientização sobre a importância da sustentabilidade ambiental entre empresas, consumidores e partes interessadas incentivam a procura de produtos e processos industriais mais verdes. Investir em infraestrutura e logística, como redes de energia renovável, sistemas de transporte sustentáveis e infraestrutura de reciclagem e tratamento de resíduos, é essencial para apoiar a transição para uma indústria verde.

Como é que se garante uma cadeia de valor sustentável e competitiva das matérias-primas essenciais para a sustentabilidade energética e ambiental da Europa? 

Para garantir uma cadeia de valor sustentável e competitiva para as matérias-primas essenciais a UE está a implementar diversas estratégias. Em primeiro lugar, procura-se a diversificação das fontes de matérias-primas, reduzindo a dependência de uma única fonte e promovendo a produção interna dentro da UE. A reciclagem e a economia circular também desempenham um papel crucial, recuperando e reutilizando matérias-primas de produtos habitualmente considerados resíduos, minimizando assim o impacto ambiental. O investimento em inovação e tecnologia é outra prioridade, visando desenvolver tecnologias mais eficientes e sustentáveis para a extração, processamento e utilização de matérias-primas. Além disso, é fundamental implementar sistemas de rastreabilidade e transparência na cadeia de fornecimento, garantindo que as matérias-primas sejam produzidas de forma ética e sustentável.

Por fim, promove-se o desenvolvimento sustentável nas comunidades afetadas pela extração e produção de matérias- primas, assegurando benefícios económicos justos e mitigando impactos negativos.

Ao integrar essas medidas em políticas abrangentes de sustentabilidade e desenvolvimento industrial, a UE avança rumo a uma economia mais verde e competitiva.

Leia, abaixo, o artigo na íntegra.

In Revista Exame

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