“O mercado francês abriu a porta” a novos clientes e projetos

A internacionalização de empresas será “mais difícil” no atual cenário mundial, mas pode também ser uma oportunidade.

A expansão internacional é “uma necessidade comum a qualquer entidade e uma forma de se manter no mercado”. Quem o disse, na mais recente JE Talk, da JE TV, foi o Audit & Assurance Senior Manager da Mazars, Ricardo Nunes, que esclarece que o processo de globalização dos últimos anos obriga a que as economias e as empresas estejam “orientadas necessariamente para diferentes geografias onde os clientes possam estar”.

Uma das empresas que seguiu esse rumo, e que foi recentemente premiada nos Troféus CCILF, foi a Tiron Works Management. O diretor comercial, Pedro Viana, garante que o processo de internacionalização, “nomeadamente nos mercados francófonos, veio de uma economia de escala”. “Em Portugal estaríamos limitados à nossa área geográfica e o mercado francês abriu a porta a um variado número de clientes e projetos que, por sua vez, nos permitiu partir para todas as comunidades, neste caso países francófonos a nível global”, acrescenta.

Os objetivos de crescimento, quer a nível europeu quer nos Estados Unidos estão “bastante consolidados”, adianta, mas o foco permanece no mercado francófono, onde existe “a ambição de consolidar com novas parcerias e continuar a crescer”. Contudo, Pedro Viana reconhece que há que ter “cuidado e estar atentos a todas as circunstâncias globais”, nomeadamente as que atualmente “nos dão alguns inputs que não são tão positivos”. Ainda assim, mostra-se confiante que o crescimento “vai continuar sustentado e em crescendo nos próximos tempos”.

O contexto global que refere prende-se, “numa primeira análise”, com o que se passa na Ucrânia.

A crise energética decorrente do conflito “poderá constranger em termos logísticos os custos de transporte, poderemos ter alguns problemas nesse aspeto”. Mas impera sobretudo “otimismo”, sublinha. A Tirion pretende “continuar a apostar nos mercados externos, mas sem deixar de pensar no mercado nacional” e recomenda aos empresários com ambições de expansão que mantenham o “foco nos mercados e na produção. Temos de estar atentos e preocupados”.

Por sua vez, Ricardo Nunes antevê um futuro próximo mais difícil para PME com metas de internacionalização. “É necessariamente mais difícil porque estávamos num ambiente estável”, diz. Contudo, diz o profissional da Mazars, sair desta zona de conforto “poderá ser também uma oportunidade”.

“A falta de mercado interno foi o que fez com que tivéssemos de ir à procura lá fora. Deu-nos aqui uma capacidade de conhecer novos mercados e desses novos mercados poderem potenciar-nos para outros diferentes”, explica.

“Acredito que vamos passar por períodos difíceis como passámos nas crises petrolíferas de 1972 e 1979 e na crise de 2008, mas as necessidades, as pessoas e os clientes continuam a existir. É uma questão de resiliência e continuarmos à procura de fazer melhor e da nossa sorte. Apesar de que aqui temos também um problema de recursos e estamos a diminuir a capacidade de escala. A desconfiança dos mercados, entre países, aquilo que permitiu ao mundo crescer que foi a globalização pode ser agora uma ameaça”, termina. ■ Com JSC

InJornal Económico

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