Um olhar sobre os Fundos Europeus

Do passado para o futuro

A União Europeia desenvolveu, desde os seus primórdios, mecanismos de coesão social e transformação económica dos Estados Membros, nomeadamente através de instrumentos financeiros que suportam ações nacionais, regionais, locais e até internacionais.

Nesse sentido, fruto das substanciais transformações económicas e sociais que se têm vivido nos últimos anos (pré e pós pandemia), a Comissão Europeia irá, uma vez mais, mobilizar um conjunto de recursos financeiros muito significativo de apoio aos diferentes Estados Membros, com objetivo de estimular a coesão económica, social e territorial.

Portugal receberá vários milhares de milhões de euros na próxima década por forma a fortalecer a economia interna, mas também com o propósito claro de apoiar na transição para uma economia mais verde e digital (prioridades definidas a nível europeu).

Resultados dos fundos europeus em Portugal nos últimos anos

Portugal é um dos países que mais beneficiou dos fundos europeus distribuídos desde 1989. É um facto que fruto dos fundos estruturais e de coesão recebidos, se verificou um aumento notável na prosperidade e modernização da sociedade portuguesa, nomeadamente ao nível da educação, da saúde e das infraestruturas.

Pese embora Portugal se tenha destacado positivamente na aplicação dos fundos, não existiu um crescimento económico acentuado e sustentado, em comparação com as suas congéneres europeias, sendo esse um dos principais objetivos diferenciadores na aplicação dos fundos para o futuro, nomeadamente ao nível da produtividade das empresas portuguesas.

Desafios para o futuro

Neste contexto, é expectável que exista uma forte aposta na competitividade e internacionalização das empresas portuguesas, procurando uma diminuição das desigualdades existentes no tecido empresarial português e um aumento das exportações. 

De referir, a este respeito, o último grande concurso do PT2020 iniciou no dia 25 de junho, particularmente focado na inovação produtiva das empresas.

É ainda provável um investimento muito significativo na modernização dos mecanismos de gestão, visando melhorar, por exemplo, o controlo da performance de atividade, a decisão de investimentos, definição de novos mercados, entre outros, com o propósito claro de aumentar o valor acrescentado produzido pela economia portuguesa.

De facto, um dos grandes desafios para os próximos anos passa por promover a transformação das empresas portuguesas de menor dimensão, nomeadamente no que se refere à sua liderança. Com efeito, identificou-se uma necessidade de melhorar a qualidade da gestão das micro e pequenas empresas, por forma a aumentar a sua produtividade e competitividade. Será assim expectável a implementação de políticas de formação na área da gestão e liderança empresarial, fortalecendo as capacidades e conhecimentos dos quadros dirigentes.

Em face do exposto, Portugal disponibilizará, certamente, verbas através de fundos estruturais e de coesão (e.g., PT 2030 e Plano de Recuperação e Resiliência), para garantir uma maior sustentabilidade das empresas, nomeadamente no que concerne aos investimentos em aplicações conexas com a internacionalização, descarbonização, economia circular e tecnologia de vanguarda, mas também para uma melhoria na liderança das empresas e na atuação do Estado.